Salão Kitty (Salon Kitty 1976)
Título No Brasil: Salão Kitty
Título Original: Salon Kitty
Título Alternativo: Madame Kitty
Diretor: Tinto Brass
Roteiro: Tinto Brass / Antonio Colantuoni
Gênero: Erótico, Nazisploitation
Classificação: 18 Anos
País: Itália
Ano: 1976
Elenco:
Helmut Berger .............. Walsenburg
John Steiner ............... Biondo
Ingrid Thulin .............. Madame Kitty
Teresa Ann Savoy ........... Postituta Martherita
John Ireland
Sara Sperat
Maria Michi
Rosemarie Lindt
Paola Senatore
Sinopse:
O filme aborda a Alemanha Nazista e teria tudo para ser enquadrado entre as produções naziexploitation da época, não foge a extrema elegância com que o diretor conduz tudo, o ótimo elenco, boa produção e a maravilhosa Teresa Ann Savoy, que apareceria em seu posterior Calígula.
Para início de conversa, mesmo não tendo cenas explícitas (mas quase), Salon Kitty é com certeza o filme de Tinto que mais se aproxima de Calígula (e também inclui o ator John Steiner em um papel sinistro). Muito do estilo do filme sobre o imperador romano está aqui, incluindo a mistura de cenas eróticas com algo bastante chocante.
A história se passa em Berlin, 1939, numa das fases mais críticas da Segunda Guerra Mundial, e o oficial piradaço Walsenburg (Helmut Berger) recebe a missão de fechar o bordel de Madame Kitty (Ingrid Thulin) e abrir o próprio estabelecimento sob o comando dos nazistas, chamado Salon Kitty.
Nessa missão, Walsenburg treina várias mulheres alemãs, a título de realizar experiências sexuais delas com homens grotescos, anões, pessoas deformadas, etc. Essa parte inclusive sequer existia direito na versão original lançada nos cinemas, de 110 minutos, apenas na director’s cut, lançada em DVD muitos anos depois, com 133 minutos.
Toda essa conspiração só ocorre, naturalmente, com a anuência da Madame Kitty, que ilude suas meninas, e diz para elas fazerem tudo que os oficiais mandarem. Nesse ínterim, a jovem prostituta Martherita (Teresa Ann Savoy), é mais curiosa dos que as outras, o que irá causar graves consequências para o Reich.
O BORDEL ESPIÃO DE MADAME KITTY
A mais famosa casa de tolerância da Alemanha no período de antes da Segunda Guerra foi o "Salon Kitty", de propriedade de Kate Schmidt, filha de um ex-comerciante de carnes, e que em dado momento de sua vida, havia aderido a difícil vida fácil, se tornando profissional da "mais antiga das profissões". Depois de uma noitada no Salon Kitty com belas profissionais do sexo em janeiro de 1939, o temido Reinhard Heydrich, o chefe do SD, o serviço de inteligência das SS teve a ideia de transformar o Salon Kitty num centro de espionagem para os propósitos do III Reich. Madame Kitty, como era conhecida Kate Schmidt e que era a cafetina do estabelecimento se tornou funcionária das SS e para isso recebia uma polpuda verba (além de salário) com a incumbência de transformar o Salon Kitty num bordel de alto nível, cuja clientela incluiria diplomatas, industriais, autoridades e militares, não só da Alemanha, mas principalmente estrangeiros. Câmeras e microfones foram instalados no estabelecimento além de todo tipo de implemento visando satisfazer a todas as fantasias sexuais dos clientes. Com um grande salão de festas inclusive com restaurante (um estudioso do ramo chegou a declarar que talvez no Salon Kitty estivesse o melhor restaurante tipo francês de toda a Europa fora da França), o Salon Kitty se tornou bastante conhecido e frequentado por personalidades como o cunhado de Mussolini e chanceler da Itália o conde Galeazzo Ciano, o embaixador da Inglaterra Neville Anderson e o futuro homem forte da Noruega Vidkum Quisiling, dentre outras personalidades de diversos países como Brasil, EUA, URSS etc. Mesmo depois do início da II Guerra e com o assassinato de Heydrich (que pretendia criar um estabelecimento similar para gays, mesmo com todas as restrições existentes na Alemanha nazista para homossexuais amparadas pelo tristemente famoso parágrafo 175) em 1942 em Praga, o Salon Kitty continuou as suas atividades, e sobreviveu a guerra, até a morte de Madame Kitty em 1954. Em 1976 o cineasta italiano Tinto Brass (um especialista em dramas eróticos de alto nível, que ficou famoso por ser o diretor de "Calígula", filme de 1978 que conta a história do tresloucado imperador romano que nomeou o seu próprio cavalo como senador de Roma. Realizou "Salon Kitty", drama erótico que conta a história da casa de tolerância criada por Kate Schmidt.
Fonte: A Segunda Guerra Mundial <https://www.facebook.com/asegundaguerramundial.com.br/>
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